2 de dezembro de 2021 Papel das startups na inovação ganha cada vez mais destaque e estimula maior interação com poder público e instituições
Para atender a um mercado cada vez mais global, ágil e competitivo, a inovação é uma preocupação crescente das empresas. Com isso, as startups ganham cada vez mais destaque como estratégia para viabilizar a inserção de produtos e soluções inovadoras de forma mais rápida do que conseguem grandes corporações ou centros de pesquisa, que possuem culturas mais conservadoras e processos internos mais lentos.
Com o reconhecimento do papel das startups para fomentar a inovação, tanto o poder público quanto instituições de pesquisa têm criado cada vez mais ferramentas e recursos para viabilizar a interação com essas empresas.
Este foi tema do painel “O papel das startups na inovação” que fez parte da 8ª edição do Inova Trade Show, realizado pela Fundação Fórum Campinas Inovadora (FFCi).
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No webinar, o vice-presidente de Relações Institucionais da FFCi, Newton Frateschi, também responsável pela área de inovação na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Campinas, apresentou as iniciativas promovidas pelo município para estimular o sucesso de novas empresas na região.
Embora reconhecida como um polo nacional de tecnologia, a cidade enfrenta os desafios próprios do setor. “É preciso considerar que as áreas de tecnologia são de investimento custoso. Os equipamentos demoram a chegar ao consumidor, são caros, desde a produção até o consumo, o que tende a facilitar as chances de fracasso. Neste sentido, o poder público assume a proposta de se tornar o grande comprador destas tecnologias e ampliar o mercado local”, afirmou Frateschi.
Para isso, iniciativas têm sido colocadas em prática pelo município para promover e ampliar a interação entre as startups e o poder público. Uma delas é a Lei de Inovação, aprovada em novembro pela Câmara de Vereadores, com o objetivo de atrair ainda mais startups e investimentos relativos à inovação e tecnologia para Campinas.
A Lei faz parte do Programa de Ativação Econômica e Social (Paes) e tornou Campinas a primeira cidade do Brasil a se adequar ao Marco Legal das Startups e Empreendedorismo Inovador. Segundo Frateschi, com a iniciativa, espera-se um aumento em torno de 20% no número de startups em Campinas num período de dois anos.
Transferência de tecnologia para o setor produtivo
Para Silvia Massruhá, chefe-geral da Embrapa Agricultura Digital, as novas dinâmicas do mercado sinalizam diferentes desafios e que, mais uma vez, colocam as startups dentro de um papel estratégico. Segundo ela, essas empresas são importantes para levar tecnologias desenvolvidas em instituições de pesquisa para o setor produtivo.
Diante desta demanda, a Embrapa desenvolve projetos e iniciativas para se aproximar das startups por meio de compartilhamento de infraestrutura e programa para fomento dessas empresas. “O mercado se torna mais exigente, mais formal e sofisticado, e as startups são capazes de pensar estratégias para alcançar caminhos de sucesso para diferentes públicos no mercado nacional e global”, afirmou.
Essas oportunidades, contudo, acendem o alerta para a importância da Propriedade Intelectual. Marcelo Brandão, diretor na Vilage Marcas e Patentes, afirmou que é preciso ter uma estratégia de proteção, desde o tipo até a forma de se fazer.
“Nem tudo é passível de proteção. Ideias, por exemplo, não são patenteadas. Tem que haver um diferencial técnico que possa ser protegido”, afirmou.
Ele esclareceu os principais conceitos ligados a este universo: patente de invenção, modelo de utilidade e desenho industrial. Enquanto o primeiro define um desdobramento inédito, o segundo traz o aperfeiçoamento da patente de invenção, enquanto o terceiro pensa o design para o produto final, e protege o aspecto visual do produto no mercado.
“O mais importante é investir em conhecimento técnico, que torne a empresa apta a desenvolver e depositar uma patente na sua área de atuação”, esclareceu Brandão.
Texto: Carol Goetten /Bruna Mozer
Imagem: Pedro Amatuzzi
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