4 de agosto de 2017 Artigo: Para inovar, é preciso integração de toda a sociedade
por Eduardo Gurgel do Amaral
Entre as atribuições que a Fundação Fórum Campinas Inovadora (FFCi) assumiu ao longo da sua trajetória foi a de fortalecer a região de Campinas como polo de alta tecnologia e consolidá-la como uma Região do Conhecimento, ou seja, uma região que busca se desenvolver prioritariamente pela economia do conhecimento.
Instituída pelos dirigentes de 11 das principais Instituições de Ciência e Tecnologia da região, desde sua instituição formal em abril de 2002 até hoje, a FFCi atua na promoção de ações necessárias para o estabelecimento do Sistema Local de Inovação. Objetivo ao qual o InovaCampinas é um grande eixo de atuação.
O grande diferencial de Campinas é a expressiva quantidade de instituições de Ciência e Tecnologia, empresas de base tecnológica, órgãos governamentais e do terceiro setor que atuam, dentro de suas atribuições, no âmbito da C&T&I. Além disto, a produção científica destas instituições de pesquisa, com destaque para a Unicamp, respondem por mais de 15% da produção nacional. Em síntese, a quantidade, a variedade e a qualidade dos ativos de C&T&I concentrados na região de Campinas praticamente não encontram paralelo em nenhuma outra do país, exceto na cidade de São Paulo.
No entanto, a presença de todas estas entidades por si só não garante uma efetiva transferência de conhecimento e tecnologia para as empresas, responsáveis por grande parte da transformação destes conhecimentos em bens, produtos ou serviços, disponibilizados para a sociedade.
Por isso, o trabalho conjunto, o envolvimento, apoio e participação dos órgãos governamentais e das associações empresariais são fundamentais para criar as condições necessárias para um trabalho sistêmico e integrado, fundamental para promover um ciclo virtuoso de geração de inovações. Quanto mais aproximação, mais confiança entre os agentes. Com maior confiança, maior interação. Quanto mais interação, maior o fluxo de informações e de transmissão do conhecimento. Desta forma as empresas crescem mais rápido, tornam-se mais competitivas, geram mais empregos qualificados, geram mais impostos, se fortalecem e contribuem com o desenvolvimento da região, criando valor para toda a cadeia produtiva.
Entre as diversas ações necessárias para promover um ambiente de inovação, a adequação gradativa do território é uma das mais importantes. O território funciona como a base de sustentação da dinâmica de relações entre os agentes. Um parque tecnológico é um exemplo desta lógica: são locais planejados para propiciar condições adequadas à instalação de empresas intensivas em conhecimento, visando facilitar principalmente suas relações com as instituições de Ciência e Tecnologia, com outras empresas do meio, investidores e instâncias governamentais e não governamentais de apoio à inovação.
Por isso, um parque tecnológico deve proporcionar não só excelentes condições de infraestrutura para as empresas, mas também um ambiente agradável, acolhedor e facilitador das relações entre aqueles que nelas atuam, além de pesquisadores, professores, gestores, entre outros. Deve oferecer espaços de interação formais como salas de reuniões, auditórios e informais como cafés, áreas de convivência, praças, parques, etc. Quanto maior as oportunidades de interação, maior será a troca de ideias, informações e as possibilidades de geração de novos conhecimentos.
Quando consideramos um território maior, como um bairro, uma cidade ou uma região, as possibilidades se ampliam. A qualificação do território passa também a ser um meio de proporcionar melhores condições de vida para toda a sociedade. O uso intensivo de tecnologias criadas para facilitar a vida das pessoas, espaços planejados para facilitar o convívio, a utilização racional dos recursos naturais, uma forte consciência para a preservação ambiental, proporcionam um ambiente diferenciado, com mais qualidade, segurança e funcionalidade.
O que estas questões têm a ver com o desenvolvimento econômico de uma região com vocação tecnológica? Além de proporcionar uma melhor qualidade de vida para sua população e buscar reduzir os impactos ambientais, o ponto fundamental desta lógica é que uma economia pautada no conhecimento como motor do seu desenvolvimento depende fortemente de talentos. Pessoas altamente capacitadas são atraídas pelas localidades que oferecem as melhores condições para elas próprias e suas famílias. Desta forma, empresas competitivas dependem de um ambiente atrativo, de alta qualidade e baixo risco, para atrair e manter seus quadros de especialistas.
Por esta razão, a FFCi tem o compromisso de propor e discutir projetos e ações que visam qualificar o território. Neste sentido, a proposta do InovaCampinas, desde sua primeira edição em 2012, visa reunir as principais lideranças empresariais, governamentais e acadêmicas para apresentar e discutir os aspectos mais relevantes para a estruturação definitiva da região neste aspecto. Ao longo das edições, tem trazido palestrantes de renome em suas áreas para discutir temas de interesse que vão desde a relação universidade-empresa, meios de melhorar a transferência de tecnologia, fomento ao empreendedorismo, abordando de empresas nascentes à grandes empresas, até os habitats de inovação, dos parques tecnológicos às cidades inteligentes.
À partir desta inciativa que convida à participação todas as lideranças do ecossistema de inovação cria-se a energia necessária para que ações estruturantes em diversos segmentos aconteçam simultaneamente.
**Eduardo Gurgel do Amaral é diretor do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp e vice-presidente de administração e finanças da FFCI.
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