80% dos brasileiros valorizam empresas que investem em ESG; como colocar ações em prática?

80% dos brasileiros valorizam empresas que investem em ESG; como colocar ações em prática?

Agenda sustentável tem pautado não somente a sociedade, mas também grandes companhias, e especialistas alertam sobre a importância de levar esta prática para além do marketing

 

Construir um mundo socialmente mais justo e colocar em prática ações que minimizem o impacto sobre o meio ambiente são dois grandes objetivos da ESG, a sigla em inglês para sustentabilidade ambiental, social e de governança. Entre os anos de 2021 e 2022, o interesse dos brasileiros pelo termo aumentou 1.900%, segundo dados de buscas do Google Trends. 

Além disso, no Brasil, quatro em cada cinco pessoas tendem a valorizar empresas que investem em ESG, colocando o assunto na agenda de grandes companhias, a fim de levar os temas para ações práticas, para além do marketing, evitando o que o mercado tem chamado de “greenwashing” — quando a empresa passa uma imagem falsa de sustentabilidade, sem necessariamente aplicar ações práticas para isso.

Neste cenário, as finanças verdes e a transição energética têm marcado o diálogo entre empresas e instituições de ciência, tecnologia e inovação. Frente aos objetivos definidos pela Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas para reduzir em 45% as emissões de carbono até 2030 e zerá-las até 2050, o debate mundial tem se dedicado a buscar soluções possíveis para transformar o modelo de consumo de energia, a partir da descarbonização da cadeia produtiva, o que requer uma mudança tecnológica e ecológica.

Para Eduardo Gurgel do Amaral, presidente da Fundação Fórum Campinas, “o desafio da transição energética está justamente no fato de que, para a viabilizarmos, precisaremos modificar o modus operandi da cadeia produtiva, uma mudança complexa, já que este modelo de produção foi adotado e tem sido aprimorado desde a revolução industrial. E frente a mudanças tão significativas, a inovação surge como solução possível quando as universidades e centros de pesquisa unem forças com o setor empresarial”,  afirma.

Dados do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima apontam que 60 gigatoneladas — ou 60 bilhões de toneladas — de gases de efeito estufa são jogados anualmente na atmosfera. Destes valores, 34% do carbono global é gerado pelas indústrias — com origem em atividades como siderurgia, produção de cimento, químicos, etc. —, 16% pelo setor imobiliário — parte desse impacto vem da geração de eletricidade e aquecimento —, 15% pelo setor de transportes e 22% pela agricultura e o uso da terra, sendo que a maior parte é oriunda do desmatamento (11%) e os 5% restante pela fermentação entérica — ou “arroto do boi”.

Grandes empresas já se mobilizam para amenizar o impacto de suas operações e contribuir com a transição energética a partir de práticas ESG para um futuro mais sustentável e veem na inovação colaborativa um passo importante para atingir o objetivo. “Soluções inovadoras nascem exatamente como resposta a problemas que vivenciamos no dia a dia e a colaboração entre instituições de ciência e tecnologia e a iniciativa privada tem gerado resultados positivos para as empresas comprometidas com a adoção de condutas ESG”, ressalta Gurgel do Amaral.

Em posição de destaque nacional, a região de Campinas é conhecida como o Vale do Silício brasileiro quando o assunto é a produção de conhecimento em ciência e tecnologia, além de concentrar mais de 300 empresas com reconhecimento global em inovação. Em junho, a cidade será palco do evento Inova Trade Show, que reunirá especialistas e grandes players do ecossistema em uma programação com conteúdos sobre ESG, ciência, tecnologia e inovação. Na ocasião, os participantes poderão se aprofundar nos assuntos e entender o que está sendo produzido de conhecimento e soluções práticas por instituições de pesquisa e empresas.

A 10ª edição do evento reunirá speakers em mais de 20 palestras e painéis, além de rodadas de negócios em uma imersão nos ecossistemas de ciência, inovação e tecnologia. Entre os temas abordados estão sustentabilidade na cadeia produtiva, com destaque para soluções inovadoras e cases no agronegócio — que terá dois dias inteiros com conteúdos voltados para o setor — , transição energética, ESG, inteligência artificial e muito mais.

Entre os representantes de grandes empresas e instituições de pesquisa presentes estarão Unicamp, PUC Campinas, Unimed, Instituto Eldorado, CPqD, CNPEM, Sidi, Venturus, Fundag, Fundepag e Fitec, entre outros. O Inova Trade Show é uma realização da Fundação Fórum Campinas, em 2024 faz parte do Campinas Innovation Week e integra a agenda de comemorações dos 250 anos da cidade. A participação no evento é gratuita e os interessados podem se inscrever on-line.

 

Serviço

Campinas Innovation Week

Data: de 10 a 14 de junho de 2024

Local: Pátio Ferroviário De Campinas – Prédio do Relógio, Rua Dr. Sales de Oliveira, 1380, Vila Industrial – Campinas/SP

Inscrições gratuitas: Acesse o site