27 de julho de 2017 5 coisas que aprendi no Vale do Silício
O que uma visita ao Vale do Silício pode mudar na vida de um empreendedor? Para Thiago Salgado, executivo por 20 anos na empresa Sanavita, em Piracicaba-SP, foram muitos os insights obtidos após reuniões em empresas como Tesla, Lift, Google, Walmart, Ford e Twitter e que mostraram que os atuais modelos de negócios existentes estão com os dias contados.
Thiago é um dos palestrantes do Amcham Talks (veja mais aqui), evento que será realizado no InovaCampinas. Entre outros assuntos, ele compartilhará suas experiências no mundo corporativo. Dos 20 anos que atuou na Sanavita, fundada pela sua mãe, dedicou os últimos 12 anos na implantação de um processo de profissionalização da empresa familiar. Em janeiro deste ano, deixou o cargo de CEO para prestar consultoria para outras empresas familiares, ajudando-as a crescer.
Membro do Conselho da Amcham-Campinas, esteve no Vale do Silício em maio deste ano em uma missão junto a outros integrantes. Além das visitas às empresas onde puderam conversar com executivos, conhecer tendências e novos modelos de negócios, participou de um curso intensivo na Universidade de Berkeley sobre Open Innovation.
A sensação após essa experiência, segundo ele, foi ter colocado novos óculos com lentes especiais que o fizeram olhar as coisas de uma maneira diferente. Confira:
1 – Fique amigo da mudança
Não tenha medo do novo. Nunca foi tão importante entender as mudanças do mundo. Muitas vezes o dia a dia é cruel, nos prende a uma avalanche de questões operacionais, “incêndios” constantes que precisamos apagar e ficamos muito “ocupados” para sair do nosso quadrado e pensar de forma aberta, de fora para dentro. As mudanças estão afetando as pessoas como indivíduos, cidadãos e consumidores. A nostalgia do passado não ajuda a resolver os problemas do presente – e menos ainda do futuro. O novo exige que cada um busque um jeito de se reinventar.
2 – O que resolvemos e para quem?
Simples assim! Ao invés de gastar infinitas reuniões para discutir quantas unidades de produtos devemos vender, ou quanto devemos aumentar de faturamento em determinada região ou canal, vamos concentrar mais tempo pensando em quais são os maiores problemas do mundo e quais vão ser. Vamos pensar em quem são nossos clientes, nossos consumidores e quais são seus problemas. Como podemos resolver? Pensar em como nossas empresas geram valor para só depois capturar valor. Os números devem ser consequência da percepção de valor dos nossos clientes em função dos problemas que resolvemos e de como facilitamos a vida deles (não a nossa!)
3 – Faça parte de um ecossistema
Talvez esta tenha sido uma das grandes quebras de paradigmas que tive ao vivenciar o ambiente e a cultura do Vale do Silício. Durante muito tempo, mesmo lutando contra, eu tive a crença de que o segredo era a alma do negócio, mas hoje está muito claro para mim que a ALMA é o segredo do negócio e que compartilhar as ideias e ter mentes brilhantes, diferentes da sua, pensando em soluções para seu negócio, é fundamental. O segredo do Vale é esse tal de Ecossistema: ambiente criativo e colaborativo, repleto de diversidade, de pessoas que pensam diferente mas que têm os mesmos objetivos. Empreendedores, investidores, universidades, fornecedores, clientes, todos juntos discutindo abertamente como podem resolver os problemas. Ficou claro para mim que temos que virar a chave do “Close” para o “Open Innovation”, criando mecanismos que facilitem a interação entre as pessoas certas. Lembrem-se: “ Not all smart people work for you”.
4 – É mais importante reagir rápido às mudanças do que executar um bom plano
Claro que é essencial ter um bom plano estratégico, recheado de frentes operacionais e forecasts financeiros. Indicadores claros para medir o que está acontecendo também são fundamentais. Contudo, sinto informar que só isso não é mais suficiente. Para vencer este novo jogo, as empresas precisam repensar o modelo tradicional. Além de planejar e executar, teremos que rever nossos modelos de negócio. Teremos que testar novas hipóteses, experimentar novas formas de resolver novos problemas. É o tal do pensamento lean que já vem no DNA das startups: testam um modelo de negócio hipotético a partir de uma ideia totalmente focada em resolver o problema de alguém (Consumer Driven); criam um produto ou serviço (ainda como protótipo, chamado de MVP); testam e validam a ideia analisando como os clientes respondem; adaptam rapidamente e só depois aumentam a escala e entram no modo de execução. A ideia vale pouco. A validação rápida vale muito. Acredito que as empresas de sucesso farão um bom “blend” entre “Search Mode” e “Execution Mode” trazendo para perto de si peças-chaves para ajudar nesta jornada
5 – Nada vai acontecer se não contaminarmos todos da empresa
Precisamos colocar os “óculos” com as novas lentes em todos que fazem parte da organização. Todo mundo fala em mudanças, mas ninguém quer mudar. Até as escolas de negócio nos Estados Unidos estão mudando a forma de ensinar para formar profissionais que estejam preparados para resolver problemas, testar rápido ideias e valida-las, trabalhar em ambientes com diversidade. Quando todos estão comprometidos com alguma coisa e acreditam no propósito que está por trás do que estão fazendo, mágicas acontecem rapidamente. Ninguém faz nada sozinho. Escolha as pessoas certas para entrar nesta viagem com você. Falhar faz parte. O importante é corrigir rápido. Inovar será um tema que não sairá mais da pauta das empresas daqui para frente.
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